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Domingo, 23 / 02 / 14

Sucuri de 5 metros é capturada em cachoeira

A cobra vai continuar no parque, só vai pôr ela em outro local que nao tenha a presença de turistas.
 
publicado por 100porcentoloucospeloaraguaia às 14:06
Domingo, 23 / 02 / 14

Rio Araguaia - Vídeo Terra da Gente

 
publicado por 100porcentoloucospeloaraguaia às 13:38
Domingo, 23 / 02 / 14

BARRA DO GARÇAS, SERRA DO RONCADOR.

publicado por 100porcentoloucospeloaraguaia às 13:24
Domingo, 23 / 02 / 14

MISTÉRIOS DE MATO GROSSO

tradição de se relatar ocorrências enigmáticas e/ou misteriosas por diferentes regiões brasileiras acaba sempre por direcionar e forçar especial atenção ao interior mato-grossense, mais especificamente Chapada dos Guimarães (67 km da capital) e Barra do Garças  (a 516 km). Intrigantes e inusitadas narrativas envolvem a região, estimulando a curiosidade de todos os tipos de pesquisadores: arqueólogos atraídos pelas supostas pistas de civilizações perdidas, ufólogos em busca dos abundantes relatos, fotos e filmagens de objetos voadores não identificados, e aventureiros em geral que rastreiam os mistérios ainda ocultos por aquelas enigmáticas regiões. Cidades misteriosas, objetos e até mesmo seres perdidos nas florestas, luzes não identificadas que sobrevoam a mata e antigos tesouros fabulosos são componentes de lendas que aguçaram e continuam a estimular a imaginação e a cultura dos habitantes de todo local.
Não apenas Chapada dos Guimarães, mas principalmente Barra do Garças, também apresenta como tradição e rotina, em todas as épocas do ano, inúmeras referências de Objetos Voadores Não Identificados, relatos de supostas civilizações intraterrestres, passagens subterrâneas que ligariam o Brasil a Machu Picchu, no Peru. Lá se fala muito em Templo de Ibez, Agartha, o caminho de Ló, Shamballah, Portal de Aquárius, etc. Muitas vezes as histórias vêm acompanhadas de descrições de vulcões extintos, fósseis de dinossauros e sinais luminosos em cavernas da região – mais especificamente na Serra do Roncador.A enigmática Serra do Roncador é situada no paralelo 15º Sul, a leste de Mato Grosso. Ela é o divisor natural das águas entre os rios Araguaia e Xingu. Roncador é com certeza uma das áreas mais encantadoras do Brasil Central, com grandes belezas naturais ainda pouca exploradas pelo homem. Buscadores com objetivos diversos adentram em suas matas para, muitas vezes, nunca mais regressarem - sem deixar vestígio, apenas histórias, lendas e mitos.Como consequência, criaram-se ao longo dos séculos, relatos de civilizações ocultas pela região, lendas sobre o destino dos desaparecidos aventureiros e supostos portais dimensionais que levariam a outras civilizações e, que não raro, vem, por vezes, acompanhado por um véu de íntima relação aos mistérios do fenômeno UFO que lá se apresentam em abundância, e justamente por isso, sempre acaba por criar demasiados relatos impressionantes. Crenças que convivem harmoniosamente no imaginário popular e na curiosidade dos pesquisadores, em meio aos cenários de vegetação do cerrado, cachoeiras e trilhas íngremes. As estranhas narrativas estimula interesse e respeito de todo o Brasil e do mundo, que se deslocam até Barra do Garças com o intuito de descobrirem algum fato plausível no meio de tantas histórias fantásticas. E encontram!Barra é também um refúgio para quem procura dias quentes e ensolarados entre os meses de maio a outubro, justamente quando as regiões Sul e Sudeste estão em meio à nebulosidade e intimadas pelo frio. Essa é uma época em que o volume de água do Rio Araguaia baixa com a seca, principalmente de junho a agosto, deixando à mostra uma grande extensão de areia e desvendando lindas praias fluviais. O local passa a ser um verdadeiro ponto de encontro para turistas, que aproveitam para curtir dias de sol e as festivas noites à beira das águas sem ondas.Maços Verticais - A Serra recebeu o nome de Roncador devido ao fato de que, em determinados momentos, na calada da noite ou do dia, emana de suas entranhas um som típico e semelhante a um ronco forte, que ecoa pelo cerrado provocando arrepios e medo nos visitantes. Tal ronco ocorre em virtude do encontro dos fortes ventos da região com imensos paredões maciços verticais. Ainda assim, não é raro encontrar pessoas que argumentam e garantem que o sinistro som teriam origem em manobras de UFOs voando pela região. O clima de mistério do local já foi descrito nos registros da famosa expedição do explorador inglês Percy Harrison Fawcett, um coronel da Real Artilharia Britânica que foi para Barra do Garças em meados de 1919, numa incansável procura por aquilo que ele estava convicto existir na região: vestígios de uma civilização intraterrestre perdida. Seu objetivo era estabelecer contato com tal civilização, que seria composta por supostos descendentes dos Atlantes.Há registro manuscrito da referida expedição, em datada época, hoje pertencentes à coleção de documentos da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. O certo é que Fawcett deslocou-se para o Brasil, embrenhou-se nas matas da Bahia e, seguindo pistas e vestígios, tentou desbravar Mato Grosso – onde suas descobertas o levaram até a Serra do Roncador. O explorador inglês acabou sumindo misteriosamente em 1925 e dele nada mais se soube. Fawcett era mundialmente admirado por ter levado uma vida inteira dedicada as mais delirantes aventuras na Ásia e América do Sul. Após o seu desaparecimento, tornou-se conhecido e retratado em algumas das mais notórias lendas mundiais, que inspiraram escritores como Arthur Conan Doyle (O mundo Perdido) e H. Rider Haggard (As minas do Rei Salomão). Fawcett serviu de exemplo também pra Steven Spielberg para criar o personagem Indiana Jones.Mas as aventuras do coronel inglês não serviram apenas como inspiração para escritores e cineastas. Elas motivaram também dezenas de outros expedicionários nas décadas seguintes, curiosos igualmente tentando desvendar, inutilmente, os mistérios do Roncador. Algumas deles eram movidos por puro espírito de aventura, outras objetivavam conquistar o prêmio que o jornal inglês The Times até hoje oferece a quem prestar informações detalhadas e confiáveis sobre o que realmente aconteceu com o explorador inglês. O que se sabe é que muitas outras expedições ocorreram, mas nenhuma delas obteve sucesso na busca da tal cidade perdida. O curioso é que, embora existam dúvidas da existência da tal civilização subterrânea, já se conhece até a sua denominação: Maanoa ou Manoa.Manoa custou a vida de inúmeros exploradores, que morreram por picada de cobra ou pelas mãos de índios não aculturados, capazes de torturar lenta e dolorosamente aqueles que ousam penetrar em suas terras sagradas, interdita aos homens brancos. Não foram poucos os que morreram nessa empreitada e muita gente nunca mais voltou para casa.Cidade Perdida - Uma curiosa narrativa, catalogado sob o n.º 512, que pode ser averiguado nos documentos da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, consta-se uma carta enviada por bandeirantes ao Vice-Rei, no ano de 1754, descrevendo minuciosamente a descoberta, no ano anterior, de uma cidade em ruínas na região. O documento explana detalhes sobre sinais indecifráveis na rocha, uma grande estátua de pedra negra, enormes arcos construídos, edifício de pedras intactos e desmoronados e até sinais de possíveis riquezas para mineração, tudo isso fortemente guardado por perigosos índios de pele clara, que não aceitavam contatos com estrangeiros. Essas características foram alguns dos estímulos que atraíram a atenção do coronel Fawcett na busca da cidade perdida. Além disso, ele possuía uma estatueta, ou seja, um ídolo de pedra coberto de inscrições, que acreditava ser oriunda de Manoa. Ao examinar o documento dos bandeirantes, Fawcett surpreendeu-se ao encontrar, entre os símbolos desenhados, alguns idênticos a sua estatueta. Após tal “prova”, o coronel não teve mais dúvidas e partiu rumo a algum inóspito ponto de Mato Grosso, adentrando pela Serra do Roncador, para nunca mais voltar.Lenda ou não, ainda hoje os mistérios do lugar são guardados fortemente a sete chaves pelos índios Xavantes que vivem pela região e que lá possuem vários lugares sagrados, que não podem ser visitados pelo homem branco sem que estejam em sua presença. Dentre esses locais há uma caverna em que esses índios só entram até a primeira galeria, e não se arriscam avançar mais do que isso, pois temem o que pode haver no subterrâneo. Segundo eles, nas profundezas do local viveriam seres estranhos, e quem se arriscasse a entrar lá não retorna mais. Na verbalização dos índios, fala-se sobre outro lugar sagrado, a “Lagoa Encantada”, uma lagoa com total ausência de vida sob as águas. Alguns índios nadam na lagoa, mas não se comprometem aventurar mergulhar muito fundo, pois têm medo de serem sugados por alguma força invisível e não mais voltarem. Segundo os anciões da aldeia da região, a lagoa seria “a entrada das moradas dos deuses, onde luzes mergulham e depois saem da água em direção às estrelas”.Em Barra do Garças, cidade considerada porta de entrada para a Serra do Roncador, é comum ouvir dos índios relatos de contatos com criaturas não-humanas ou supostamente extraterrestres, que denominam “seres das estrelas”. Roncador se inicia nos limites do Parque Estadual da Serra Azul, uma área de 11 milhões de hectares destinada à preservação do cerrado. Lá se fala muito de outra comunidade indígena desconhecida, que guardariam ferozmente os mistérios da cadeia de montanhas – os chamados “índios morcegos”. Sobre eles há um interessante trecho de uma antiga carta escrita pelo explorador e naturalista Carli Huni: “A entrada da caverna é guardada pelos índios morcegos, que são de pele escura e de pequeno porte, mas de grande força física. Seu sentido de olfato é mais desenvolvido do que o dos melhores cães de caça. Mesmo que eles aprovem e me deixem entrar nas cavernas, receio que estará perdido para o mundo presente, porque guardam o segredo muito cuidadosamente e não podem permitir que aqueles que entram possam sair”.Civilização Subterrânea – Huni descreveu que os índios morcegos viviam em cavernas e sairiam apenas à noite para a floresta vizinha, mas sem manter contato com os chamados “moradores de baixo”. Para eles, segundo relatou o explorador, esses moradores habitavam uma cidade subterrânea, na qual formariam uma comunidade auto suficiente e com uma considerável população. De onde Carl Huni, que gozava de grande reputação perante a comunidade científica e acadêmica de sua época, tirou essas informações?Toda a vasta extensão do município de Barra do Garças, na divisa de Mato Grosso com o estado de Goiás, era dominado pelos índios bororos, não diferentes dos xavantes em se tratando de relatos de fatos estranhos e ufológicos. A cidade é banhada pelos rios Araguaia e da Garças – o último encontra-se com o primeiro no perímetro urbano, daí o nome de Barra do Garças. Os xavantes e bororos têm em sua rica mitologia lendas relacionadas a seres semelhantes aos humanos, mas com seis dedos nas mãos, que teriam vivido na região. Algumas dessas lendas falam ainda que tais seres viveriam juntamente com outras estranhas criaturas parecidas com gente, só que de três a quatro dedos. O interessante é que bem posteriormente aos relatos desta centenária lenda (se não milenar), foi encontrado e há na vista de todos os que queiram lá verificar, cavernas da região, especialmente entre a Serra Azul e a Serra do Roncador, nas quais pode-se encontrar marcas de pegadas petrificadas de pés de seis dedos, quatro e três dedos – mas nenhum registro de pés de cinco dedos. Uma dessas cavernas é conhecida, justamente por isso, como Caverna ou Gruta dos Pezinhos.
Ataide Ferreira da Silva Neto é psicólogo, presidente da Associação Mato-grossense de Pesquisas Ufológicas e Psíquicas (AMPUP), estudioso da mente humana, com ênfase nos mistérios do Psiquismo / Parapsicologia, membro do conselho editorial da revista UFO.
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Domingo, 23 / 02 / 14

Ufos e o contato na Serra do Roncador

publicado por 100porcentoloucospeloaraguaia às 12:55
Domingo, 23 / 02 / 14

Não pestanejem, são milhões de anos em 2 minutos!

Apreciem este extraordinário resumo fotográfico que mostra a história do mundo!
 
publicado por 100porcentoloucospeloaraguaia às 12:43
Domingo, 23 / 02 / 14

Cidades Subterrâneas Serra do Roncador

 
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Domingo, 23 / 02 / 14

Os incríveis mistérios da Serra do Roncador

publicado por 100porcentoloucospeloaraguaia às 12:11
Sábado, 22 / 02 / 14

Dom Pedro Casaldáliga: Uma visita de 'turista'

Por Aray P Nabuco*Um turista que chega ali talvez pergunte por um bom ponto de pesca, cachoeira ou artesanato indígena dos karajá e xavante. Mas quando cheguei a primeira vez em São Félix do Araguaia (MT) nenhum desses passeios típicos da cidade me preocupava. Quis logo visitar seu morador mais conhecido e começava com um problema a menos: não precisaria de guias, centros de informação ao turista, nem cicerones. Não lembro bem, mas na época, lá pelos fins de 1990, havia um conflito indígena pelos diamantes das terras dos cinta-larga e escalei esta minha desculpa para a visita a dom Pedro Casaldáliga. Confesso que, mais ou menos, menti.

"Hoje, certamente, Félix estaria ao lado de Casaldáliga para defender os índios dos ataques dos colonos"

Qualquer um na rua, que seja morador de São Félix, sabe onde Casaldáliga mora na cidade de pouco mais de 10 mil habitantes e que devido a grandiosidade de seu trabalho e generosidade de seu pensamento entrou para a vida nacional, para o noticiário e parecia bem maior do que é. Casaldáliga encarna de certa forma o espírito de Félix, cristão que negou a confortável fortuna da família, foi perseguido, preso e torturado e usou a única pequena propriedade que lhe restou para plantar e distribuir aos pobres. Foi batizada com o nome do santo pelos colonos 'brancos', como proteção contra os ataques dos índios, os xavante na mata dentro e karajás, que habitam as margens do Araguaia 'desde sempre', pois para eles, sua nação emergiu das profundezas do rio. Mas hoje, certamente, Félix estaria ao lado de Casaldáliga para defender os índios dos ataques dos colonos. 
 VisitaInformaram que a casa do bispo era ao lado da igreja. Um imóvel simples, muito simples e pequeno, que também não se podia dizer novo, na rua principal que saía do píer às margens do Araguaia. Me apresentei como jornalista - que sou de fato -, destrinchei minha desculpa da entrevista e ele, gentilmente, convidou a entrar - podia duvidar diante de tantas ameaças que já sofria na época e de um sujeito de boné cata-ovo, camiseta, bermuda e bota, apesar do disfarce do bloquinho de papel e caneta na mão.Entramos pela cozinha, por um corredor ao lado da casa, onde um morador esperava o ainda bispo da Prelazia de São Félix com um cacho de bananas pego naquela hora na mata para oferecer-lhe; aceitou, seria uma ofensa não aceitar e, para mim, começava ali a lição de entender o que ele significava para os comuns, o respeito e solidariedade que sua pessoa suscitava. Na casa, que já não lembro tão bem, mas lembro que não vi um traço de excesso, de usura; os móveis eram bem usados, em bom estado, comuns. Numa prateleira, algumas drusas de quartzo, certamente não para atrair duendes; é um minério bonito e comum nas vizinhanças de Goiás e Tocantins.Casaldaliga-Igreja-iConvidou-me ao outro cômodo, tipo a sala; onde havia o que deduzi ser sua escrivaninha: uma cadeira diante de uma mesinha pequena de madeira escura com uma máquina de escrever. Talvez fosse dali que ele emanava suas ideias humanitárias, libertadoras, registrava sua luta em favor de pequenos agricultores, indígenas e ribeirinhos desterrados, acrescentava experiências à Teologia da Libertação, que adotou, compartilhava as atitudes e posturas que o tornaram um fundamento na luta contra as opressões. O Félix de São Félix, que rezava na nave de sua igreja em frente a uma cena do Calvário com tipos negros, caboclos, ribeirinhos e índios, que agora são atacados por fazendeiros, como o Cristo foi pela elite poderosa de sua época.

"Não se sabe que tipo de ser humano é capaz de puxar o gatilho contra o pastor dos pequenos no rebanho social, um octogenário senhor franzino, de cabelos de metal, mobilidade auxiliada por bengala e já obrigado ao silêncio pela própria igreja para a qual dedicou sua vida. Mas sabemos que eles existem"

Devido às suas 'perigosas bombas de solidariedade', um insulto aos interesses financeiros e latifundiários, Casaldáliga foi retirado da cidade por juras de morte, que recomeçaram na semana passada, quando começou a operação de forças policiais para a saída dos invasores das terras xavante. Não se sabe que tipo de ser humano é capaz de puxar o gatilho contra o pastor dos pequenos no rebanho social, um octogenário senhor franzino, de cabelos de metal, mobilidade auxiliada por bengala e já obrigado ao silêncio pela própria igreja para a qual dedicou sua vida. Mas sabemos que eles existem e que quase sempre continuam livres, à revelia da Justiça. Basta o que aconteceu a Dorothy Stang.Caros AmigosTive vergonha de confessar a dom Pedro Casaldáliga o desejo de apenas conhecê-lo, de vê-lo pessoalmente e por isso achei que precisava da desculpa da entrevista - aventei comigo mesmo negociar a publicação do material em Caros Amigos e assim, meu álibi para o encontro com ele estaria salvo; mas não deu mesmo; estava a trabalho, navegando pelo Araguaia e só voltaria a uma cidade 15 dias depois; não havia a internet e a facilidade de e-mail, nem celulares 3G, e o assunto da hora ficou para trás. Hoje, penso que não precisava de qualquer desculpa para uma aproximação, era só 'chegar chegando', como dizem, e ele também receberia, como pacientemente fez comigo.Dom Pedro Casaldáliga provavelmente nem se lembre do sujeito de cata-ovo que roubo-lhe pouco mais de 1 hora de conversa e entrevista. Desculpe, dom Pedro; turistas se contentam com monumentos de concreto e paisagens; jornalista, quis conhecer aquele que faz da sua vida um monumento para a humanidade. *Aray P Nabuco é jornalista e editor executivo do site de Caros AmigosFonte: http://www.carosamigos.com.br/index.php/artigos-e-debates/2828-dom-pedro-casaldaliga-uma-visita-de-turista
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publicado por 100porcentoloucospeloaraguaia às 17:14
Sábado, 22 / 02 / 14

CAMPONESES DO ARAGUAIA - A Guerrilha Vista Por Dentro

http://www.youtube.com/watch?v=UhpO4I2O0zsDocumentário de Vandré Fernandes estreiou na Mostra de SP e trouxe viés inédito do combate contra a ditadura no interior do país.A Guerrilha do Araguaia já foi tratada a partir de dois pontos de vista primordiais: o lado oficial dos militares e o dos participantes da notória luta armada. Iniciado pelo PCdoB no fim da década de 60, o movimento que visava instalar a resistência popular contra a ditadura agora ganha nova abordagem no documentário "Camponeses do Araguaia - A Guerrilha vista por dentro", do diretor Vandré Fernandes, ex-dirigente da UJS.O filme traz relatos dos diversos camponeses que vivenciaram a Guerrilha no dia-a-dia, contando curiosidades do relacionamento com os guerrilheiros e também das marcas que deixaram as torturas dos militares, ampla e irrestrita a todos que moravam na região onde foi deflagrado o conflito. Há ainda um rico bando de imagens, que complementam esse importante registro de uma parte ainda pouco explorada da história brasileira."Camponeses do Araguaia - A Guerrilha vista por dentro" faz parte da programação da 34ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e teve estreia marcada para o dia 22 de outubro no Unibanco Arteplex.O Portal UJS bateu um papo com Vandré Fernandes, que conta mais detalhes de sua produção.Como e quando surgiram as primeiras ideias para o documentário?A ideia surgiu no primeiro semestre de 2009, quando ficamos sabendo que os camponeses do Pará que vivenciaram e se envolveram na Guerrilha do Araguaia iriam ser anistiados pelo Estado Brasileiro. No início, a Fundação Mauricio Gragois queria apenas o registro na íntegra do processo da anistia e ter isso como arquivo histórico. Foi aí que percebi que aquela história podia render muito mais e apresentei um roteiro para realizarmos o documentário que pudesse, num futuro, participar de festivais e mostras, e que mais pessoas pudessem ter acesso ao episódio da Guerrilha. Como a Fundação não tinha experiência no desenvolvimento do audiovisual, então eu apresentei a Oka Comunicações e assim nasceu a parceria do Documentário.Desde do início, eu procurava contar a história da Guerrilha através do olhar do camponês. Basicamente, a marcação do roteiro seguiu quatro perguntas: como era região, como você (camponês) chegou aqui, como foi o seu contato e impressão dos "paulistas" (os Guerrilheiros), como foi no tempo da Guerrilha e o contato com os militares e, por último, como você (camponês) e a região ficaram após a guerrilha. Veja que num documentário a gente procura seguir uma linha de roteiro para não fugir da história inicialmente pensada, e não propriamente um roteiro, como num filme de ficção. Mas aí fui percebendo que a história não fechava direito, faltava informações do porquê dos "paulistas" terem se deslocado para a região do sul do Pará e da tática militar utilizada pela ditadura para aniquilar os guerrilheiros. Então, eu e os produtores achamos melhor incorporar no documentário pessoas que preenchessem essas informações, como Renato Rabelo, presidente do PCdoB, e Romualdo Pessoa, professor da UFG que lançou um excelente livro intitulado "Guerrilha do Araguaia, a esquerda em armas".Um dos diferenciais da produção é tratar da Guerrilha do Araguaia a partir do povo da região. Você consegue citar algum personagem que seja mais marcante para você?Esse é de fato o diferencial, contar através do olhar do camponês. Sabemos pouco sobre o episódio pelos militares. Já o PCdoB tem vários registros que remontam a Guerrilha, como o Relatório de Arroio e Araguaia - relato de um guerrilheiro, de Glênio de Sá, para citar dois. Mas há vários documentos e livros a respeito. Não há exatamente o mais marcante, pois se a gente pegasse a história só de um camponês já teriamos um bom documentário. Porém, há histórias interessantes que acabaram não entrando no documentário, por conta do que eu disse de seguir uma linha de pensamento. Uma delas é da camponesa Neusa e o guerrilheiro Amaro, que mesmo sendo proibidos de ter um relacionamento amoroso - pois era perigoso para a organização - decidiram viver juntos, ele com mais de 40 e ela com 19 anos. Tiveram muitos filhos, todos com nomes de guerrilheiros. Amaro faleceu na década de 90 e Neusa está no documentário.Mas a história mais impressionante foi contada pela camponesa e professora Oneide. Ela preparou um festival de teatro entre os alunos da região para ser apresentado em praça pública, com diversos temas locais. Foi feita uma montagem da Guerrilha e quando uma aluna interpretava Dina, uma guerrilheira, a polícia e o prefeito entraram dispersando a população e tiraram a roupa da jovem, deixando-a nua na praça, isso em 2006.Que outras novidades o filme traz (imagens inéditas, informações novas etc.)?A novidade, sem dúvida, são os relatos dos camponeses. No entanto, a TV Mirante nos cedeu imagens de treinamento do exército na região utilizados como forma de intimidamento que são impressionantes. Eles estavam indo para uma guerra de fato. Já as imagens do cotidiano da época, dos camponeses jovens, aqueles retratos de casamento, de pais, que no norte e nordeste são comuns, isso se perdeu, pois os militares queimaram tudo o que pudesse guardar alguma lembrança.Quem são os apoiadores da produção? Como você avalia a viabilidade comercial de documentários como o seu no cenário atual?O financiamento do documentário se deu através da Fundação Maurício Grabois e seu presidente Adalberto Monteiro, além do apoio de Leocir Rosa e Osvaldo Bertolino, que também nos ajudaram na condução no sul do Pará. Tivemos ainda a Oka Comunicações, através do meu amigo Rogerio Zagallo, produtor e editor, que se dedicou muito na finalização, Bruno Mitih, o fotógrafo, Daniel Altman, que musicou o filme, e eu, claro, fazendo quase tudo a custo zero. Foi o chamado "cinema de guerrilha". O formato documentário no Brasil vem ganhando bastante prestígio, tem produções para todos os gostos, como "Jogo de Cena", "Dzi Croquetes", "Cidadão Boilesen", "Terra Deu, Terra Come", "Alô Alô Teresinha". As salas de cinemas com esses trabalhos vêm tendo um público cativo.Depois da participação na Mostra, o filme será exibido em algum circuito e sairá em DVD?Passamos pelo Festival do Rio e agora estamos na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, e isso é bem legal porque o filme passa a falar para mais pessoas. Ainda estamos aguardado respostas de outros festivais, inclusive fora do Brasil, mas não pensamos no circuito comercial, pois exige um investimento alto para a exibição nas salas. Acho mais interessante caminhar para a televisão e estamos em conversas com as TVs públicas e comunitárias. Já o DVD logo mais estará disponível no site da Fundação.
publicado por 100porcentoloucospeloaraguaia às 16:21

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